quinta-feira, 29 de novembro de 2012

QUESTÃO MILITAR (PARTE 2)

Coragem, esperança e justiça.



São com essas três palavras que posso traduzir a reação dos militares às dificuldades que lhe foram impostas. Insatisfeitos com a condição econômica, política e social os militares engrossaram a campanha abolicionista e também o movimento republicano. A questão militar teve início com um incidente ocorrido em 1884. Nesse ano, foram libertados no Ceará os últimos escravos, tornando-o a primeira província brasileira a extinguir completamente a escravidão. 

Com esse episódio e outros incidentes que se seguiram, uma forte tensão instalou-se no Exército, desencadeando a questão militar, que culminou num conflito protagonizado pelo coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos. Este, em inspeção à tropa no Piauí, denunciou irregularidades praticadas pelo capitão Pedro José de Lima, oficial pertencente aos quadros do Partido Conservador. Esse incidente provocou uma intensa discussão na Câmara, e o próprio ministro da Guerra compareceu ao Senado para discutir o assunto. A partir disso, os debates ganharam os quartéis e envolveram chefes militares de expressão. O clima criado pela questão militar favoreceu a difusão do ideal republicano no Exército, afastando-o de D. Pedro II.

Em 1887, os militares se uniram e fundaram o Clube Militar para defenderem seus direitos e aspirações. Tinham como líder o Marechal Deodoro da Fonseca, o qual proclamou a república dois anos depois. Analisando o assunto de uma maneira geral, percebemos que a questão militar foi importante não só no processo que desencadeou a proclamação da republica, mas também em relação a luta contra a escravidão.

E você, leitor, aluno, professor? Acha mesmo que os problemas que envolvem a questão militar são antigos, do passado? Será que até hoje não enfrentamos problemas muitos parecidos com os militares? Sem respeito, sem voz, sem opinião. É claro que a diferença entre a época do Império e a atualidade é que, hoje, somos manipulados e controlados pelos meios de comunicação. Mas isso não nos impede de sonhar que algum dia, possamos agir como os militares e lutarmos por nossos direitos.




Por Marianna Heringer

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