Coragem, esperança e justiça.
São com essas três palavras que posso traduzir
a reação dos militares às dificuldades que lhe foram impostas. Insatisfeitos
com a condição econômica, política e social os militares engrossaram a campanha
abolicionista e também o movimento republicano. A questão militar teve início
com um incidente ocorrido em 1884. Nesse ano, foram libertados no Ceará os
últimos escravos, tornando-o a primeira província brasileira a extinguir
completamente a escravidão.
Com esse episódio e outros incidentes que se
seguiram, uma forte tensão instalou-se no Exército, desencadeando a questão
militar, que culminou num conflito protagonizado pelo coronel Ernesto Augusto
da Cunha Matos. Este, em inspeção à tropa no Piauí, denunciou irregularidades
praticadas pelo capitão Pedro José de Lima, oficial pertencente aos quadros do
Partido Conservador. Esse incidente provocou uma intensa discussão na Câmara, e
o próprio ministro da Guerra compareceu ao Senado para discutir o assunto. A
partir disso, os debates ganharam os quartéis e envolveram chefes militares de
expressão. O clima criado pela questão militar favoreceu a difusão do ideal
republicano no Exército, afastando-o de D. Pedro II.
Em 1887, os militares se uniram e fundaram o
Clube Militar para defenderem seus direitos e aspirações. Tinham como líder o
Marechal Deodoro da Fonseca, o qual proclamou a república dois anos depois.
Analisando o assunto de uma maneira geral, percebemos que a questão militar foi
importante não só no processo que desencadeou a proclamação da republica, mas
também em relação a luta contra a escravidão.
E você, leitor, aluno, professor? Acha mesmo
que os problemas que envolvem a questão militar são antigos, do passado? Será
que até hoje não enfrentamos problemas muitos parecidos com os militares? Sem
respeito, sem voz, sem opinião. É claro que a diferença entre a época do
Império e a atualidade é que, hoje, somos manipulados e controlados pelos meios
de comunicação. Mas isso não nos impede de sonhar que algum dia, possamos agir
como os militares e lutarmos por nossos direitos.
Por Marianna Heringer
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